Mundo Mulher

SER MÃE NA ADOLESCENCIA - por Ramy Arany.

22/05/2012


                                   
      A adolescência é um dos ciclos da vida caracterizado pela transição da infância para a fase adulta e marcado por transformações não só físicas, mas também psicológicas e sociais decorrentes do desenvolvimento da personalidade e da ação dos hormônios. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a adolescência vai dos 10 aos 19 anos incompletos e entre 12 e 18 anos, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente.


      Questão freqüente nos consultórios, nas escolas, na sociedade, enfim, é a da precocidade das relações sexuais na adolescência que se inicia antes dos 15 anos e que leva a um aumento do numero de gestações, a maioria não planejada. Isso sem falar das doenças sexualmente transmissíveis.


       Inseridas em uma sociedade que estimula através de diversos meios a prática sexual essas meninas, embora conheçam com prevenir uma gravidez não fazem uso de nenhum método anticoncepcional por um pensamento fantasioso de que nada vai acontecer ou mesmo por insistência do parceiro em não se prevenir. Provenientes em sua maioria de uma estrutura familiar deficiente  e não só de classes socioeconômicas menos favorecidas, enxergam o companheiro como o “homem de sua vida” e vêem  na gestação uma possibilidade de mudança de vida  o que também contribui para elevar a auto estima.  

    
      Estudos nos mostram que essas adolescentes em sua maioria provêm de famílias numerosas, muitas também filhas de adolescentes e que abandonaram ou acabam abandonando a escola. Portanto, altas chances de não se formar com as outras jovens, de não conseguir emprego e assim por diante.
      Considerada de risco, a gravidez na adolescência pode agravar ou mesmo desencadear dilemas psicológicos e sociais, pois a mesma sociedade que estimula a pratica sexual enxerga a gravidez com os olhos do preconceito.


       São gestantes que iniciam tardiamente o pré-natal e durante todo esse período delegam os cuidados para consigo à mãe ou um parente mais próximo, estando sujeitas a um maior numero de complicações na gravidez como anemias, diabetes gestacional, crescimento intra-uterino retardado, hipertensão (pré-eclampsia) dentre outras.


       Em relação ao parto não se observa um maior índice de cesáreas, porém quando o parto normal acontece tem sido referido, por estudos, uma maior incidência de lesões vaginais. Não incomum também encontrarmos numero aumentado de casos de depressão pós-parto.


       Sendo problema de saúde publica por suas repercussões na vida da adolescente, a gravidez nessa fase requer medidas várias a fim de diminuir as complicações não só físicas como também psicológicas, sociais e emocionais com suporte e apoio emocional  da família e de profissionais da área de saúde.


       Muito se fala como medida preventiva, sobre a importância de programas educativos sobre métodos anticoncepcionais destinados às adolescentes. Penso que educar não é somente informar, mas também conscientizar essas jovens sobre o porquê, como e quando prevenir; e conscientização pede tempo, amor, paciência e pessoas envolvidas não só econômica  mas também afetivamente com o tema .


         A família continua sendo núcleo fundamental na construção de uma sociedade saudável e cabe a ela a maior parte deste trabalho. Para ampliar a compreensão sobre o tema leia também artigo escrito por Ramy Arany.   

 

Ramy Arany – co-fundadora do Instituto KVT e do Instituto KVT Desenvolvimento da Consciência Empresarial é Assistente social, Escritora dos livros Eternamente Ísis – O retorno do feminino ao Sagrado e Visão Gestadora – A visão em teia. Terapeuta comportamental, na linha da consciência. Especialista na Liderança feminina e na consciência feminina, relacionamentos e maternidade. É também palestrante nestas áreas.


Site: www.kvtfeminino.com / E-mail: ramyarany@kvt.org.br012

 


 

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