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Bioplastia: Mudança Imediata de Visual


Bioplastia: Mudança Imediata de Visual

Técnica difundida por médico gaúcho promete beleza e rejuvenescimento, sem cortes e com anestesia local aplicada com seringa de dentista.

Quem não está feliz com suas formas pode, em questão de minutos, melhorar partes do rosto ou do corpo que gostaria de deixar mais bonitas. Sem cortes e com anestesia local aplicada com seringa de dentista, é possível arrebitar o nariz ou definir a linha da mandíbula, por exemplo, e estrear o visual em seguida. O efeito "fada madrinha" é obra de um capítulo da medicina estética: a bioplastia.

A técnica, criada pelo cirurgião plástico Almir Moojen Nácul, de Porto Alegre (RS), começa a se difundir no país e no exterior, em países como EUA e Coréia. Em vez de usar o bisturi, uma micro câmera é introduzida por um orifício na pele e levada a camadas mais profundas. Acionada por uma pistola especialmente desenvolvida para este fim, deposita-se ali a substância polimetilmetacrilato(PMMA), com o objetivo de realçar contornos ou repor volumes perdidos com o processo de envelhecimento.

A possibilidade de exibir mais juventude e beleza praticamente sem dor e com resultado imediato anda mexendo principalmente com a vaidade feminina. Programas da TV brasileira já exploram o assunto, apresentando histórias de mulheres insatisfeitas com sua aparência, que reaparecem, horas depois, contentes, superproduzidas e de cara nova. A transformação surpreende até gente da família.

Do santo, porém, depende o milagre. Apenas cirurgiões plásticos estão habilitados a realizar a bioplastia. O procedimento deve obedecer critérios e requer conhecimento médico específico, como profundo domínio em anatomia para indicação e uso adequados. A diretora da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Vera Cardim, alerta que, " como é um procedimento aparentemente muito simples, está sendo realizado por médicos nem sempre preparados e qualificados para isso". Ou, pior, "por pessoas que atuam em clínicas de beleza, que nem médicos são:.

Em Goiânia há médicos especializados executando a técnica. O cirurgião plástico Sérgio Aidar começou há cerca d dois anos e meio, após um curso com Nácul. Segundo o especialista, "o risco e baixo", em comparação ao procedimento cirúrgico convencional, e o resultado estético "muito gratificante, com o mínimo de trauma, e recuperação extremamente rápido". No entanto, ressalva que "deve ser feita por profissionais gabaritados, com domínio absoluto da técnica e do material, e seguindo o médico criado por Nácul".

Aplicações

No corpo , a bioplastia é usada nos glúteos para deixar o bumbum maior ou empinado. Também dá para aumentar panturrilha, coxas, braços e peitoral, simulando o físico de quem malha. Aplica-se ainda em regiões como maçãs do rosto, lábios, mãos, cicatrizes e depressões. A bioplastia tem limitações. Sérgio Adair diz que casos com indicação cirúrgica, por exemplo, não se resolvem com a técnica. "Ela pode atenuar, mas o bisturi nesse caso é melhor indicado", observa.

Em entrevista ao popular, Nácul observa que a bioplastia pode ser usada isoladamente, associada á plástica convencional ou complementar uma cirurgia já realizada, "enriquecendo o resultado".

Uma personalidade que se submete à bioplastia associada é a miss Brasil 2001, Juliana Borges, conhecida como a miss que fez 19 plásticas. No site www.bioplastia.com.br, Nácul conta que ela se submeteu a três cirurgias, "uma lipoaspiração, colocação de prótese de silicone e correção da orelhas". Os demais procedimentos, segundo o especialista, são resultados da bioplastia. "Ela tinha uma beleza que foi realçada com essa técnica", afirma.

Quanto ao preço, cirurgiões plásticos argumentam que varia em função da região onde é implantado - pode ficar entre 15 mil. Uma das vantagens apontadas é a de que o custo financeiro é menor em relação á cirurgia convencional, porque "não envolve gastos com hospital, anestesia e auxiliares, já que o procedimento é feito no ambiente do consultório médico, com anestesia local e o paciente não precisa ficar internado.

A reportagem acompanhou Sérgio Adair executando a técnica em Rozane Cândida dos Santos Marques, de 32 anos. Em dez minutos, ela teve seu desejo realizado. "Queria levantar a ponta do nariz, mas antes não me animava, ao pensar na cirurgia com cortes", conta. Dez minutos mais e o queixo, por sugestões do médico, foi discretamente projetado para harmonizar o perfil da moça, que voltou ao trabalho no mesmo dia, sentindo-se mais bonita. Rozane diz que, em todo o processo, sentiu apenas a picada da anestesia.

Entenda a Técnica

1. O cirurgião plástico examina as necessidades estéticas do rosto.
2. Definidas as partes que são feitas as marcações técnicas
3. A anestesia é local e aplicada com seringa tipo carpule, a mesma usada por dentistas.
4. Com um instrumento puntiforme, faz-se o orifício por onde vai ser introduzida a microcânula. Levada a planos anatômicos profundos, depositam-se as microesferas de polimetilmetacrilato ( PMMA), suspensas em veículo gelatinoso.

5. "O gel veicular é sbsorvido e eliminado" em aproximadamente seis semanas - prazo recomendado pelo cirurgião Almir Moojen Nácul, que desenvolveu a técnica, entre uma aplicação e outra para, se necessário, complementar o resultado anterior. Com isso" deixa-se espaço para uma reação inflamatória controlada, que acaba por depositar colágeno em seu lugar". Este colágeno "fixa o material implantado, impossibilitando-o de migrar".

Saiba Mais

Como qualquer procedimento médico, a bioplastia é contra-indicada para quem está doente ou com processo infeccioso (gripe, febre).

Informe-se sobre profissionais qualificados no site da Cirurgia Plástica www.cirurgurgiaplatica.org.br ou ligue para a regional Goiás, telefone 226-1100, e- mail sbcpgo@hotmail.com

'É preciso observar os resultados a longo praso'

Recorrer á bioplastia para ficar mais bonita é um direito de quem espera alcançar este objetivo da noite para o dia. Entretanto, é preciso tomar cuidado para não se arrepender depois. O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP)- Regional Goiás, José Carlos da Silva, alerta que só o tempo consolida uma conduta médica e terapêutica de bons resultados. "E preciso aguardar um tempo maior e observar os resultados a longo prazo quando se usam grandes quantidades do produto no mesmo paciente. Nem tudo o que se promete torna-se verdade a longo prazo."

O cirurgião plástico Sérgio Aidar diz que, bem aplicada," praticamente elimina-se a possibilidade de complicações, o que não significa que não possam surgir". E diz que um processo alérgico é "extremamente raro, mas possível". Após o procedimento, ele prescreve medicamento antiinflamatório associado a antialérgico e antibiótico, recomenda o uso de gelo na região, evitar sol e traumas na face durante 12 dias ou 15 dias e, dependendo do caso, curativo por cinco a sete dias.

Para a cirurgiã e diretora nacional da SBCP nacional, Vera Cardim, é preciso ver e fazer tudo com bom senso. Vera explica que podem surgir complicações "tão grandes ou maiores do que em cirurgias malfeitas ou feitas por pessoas não especializadas". Cita exemplo, "um material desses de injeção ", que pode provocar o entupimento de vaso e uma necrose de metade do rosto, cegueira ou reações inflamatórias a longo prazo".

A cirurgiã conta que está tratando de uma pessoa que se submeteu á técnica. Pouco tempo depois, essa pessoa teve hepatite C e tomou medicamento imunodepressor para tratar a doença. "O remédio interagiu com o material, criando uma grande reação inflamatória, sobre a qual não há o que fazer."

Vera Cardim lembra que qualquer material artificial, não-orgânico, a ser introduzido em tecidos humanos, deve Ter autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Nául defende sua criação, dizendo que a microcânula, "instrumento que tornou possível executar a bioplastia", penetra, lembrando uma agulha. Entretanto, ele explica que a agulha tem a ponta cortante vai furando o que encontra pela frente." Já a microcândula não lesa estruturas nobres, porque não corta. Se encontra um vaso, ela desvia. Se encontra um nervo, desvia. Isso torna o método seguro e indolor" afirma.

O autor da bioplastia em camadas profundas diz ainda que não existe" o risco d a pessoa desenvolver necrose, reação com outro medicamento ou grânulos no local com o passar dos anos. "Há possibilidade de erro técnico mas não complicações, porque é um material biocompatiível, perfeitamente aceito pelo organismo, usado há mais de 50 anos na medicina e na odontologia".

Fonte:  Jornal O Popular/Nara De Los Angeles

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