Mundo Mulher

Açúcar, sódio, gordura, cafeína e teína influenciam zumbido

06/10/2012

Erros alimentares podem desencadear o sintoma ou intensificar a sua percepção.

O Dia Mundial da Alimentação será comemorado no dia 16 de outubro e o tema deste ano é "Cooperativas agrícolas alimentam o mundo". A data, celebrada pela primeira vez em 1981, tem a finalidade de convocar os países a adotar políticas, programas e ações para eliminar a fome no mundo e garantir a segurança alimentar dos povos. "Muitas pessoas passam fome no mundo. Por outro lado, a alimentação inadequada e a ingestão excessiva de comida é uma questão de saúde preocupante", afirma Rita de Cássia Cassou Guimarães, otorrinolaringologista e otoneurologista.

A médica explica que os alimentos são fundamentais para o desenvolvimento, crescimento e manutenção do organismo. Eles fornecem os nutrientes necessários para manter todas as funções do corpo em dia. O problema é quando há ausência ou excesso de nutrientes ou elementos que prejudicam a saúde. "A má alimentação é responsável pelo aumento no número de pessoas obesas ou com sobrepeso e contribui para o surgimento de doenças, como diabetes, problemas cardiovasculares e hipertensão. O sedentarismo agrava o quadro", destaca.

Todo o organismo é afetado pela alimentação rica em gorduras, açúcares e sódio. O metabolismo fica alterado e as funções e sistemas do corpo podem ser prejudicados. Os ouvidos, por exemplo, são órgãos sensíveis, que sofrem com mudanças na corrente sanguínea. "As reações químicas entre os líquidos e as células presentes no ouvido interno são perturbadas com o excesso de sal. Já o excesso de glicose no sangue dificulta o transporte de nutrientes para os ouvidos. O excesso de açúcar e sódio ainda degenera as células auditivas com mais rapidez", evidencia.

O zumbido, um ruído interno que pode ser ouvido na cabeça ou nos ouvidos, pode ser desencadeado por mais de 200 fatores, inclusive pela dieta inadequada. O desequilíbrio alimentar favorece o surgimento do sintoma ou intensifica o ruído em pessoas que já sofrem com o problema. "O zumbido sinaliza que alguma coisa está errada dentro do organismo. É necessário fazer uma série de exames para diagnosticar as principais causas, detectar perda de audição, e descobrir a raiz do barulho que causa incômodos principalmente nos momentos de silêncio", observa.

No caso da alimentação, o paciente é orientado a fazer alguns testes para verificar se a percepção do zumbido reduz com a eliminação de algum alimento do cardápio. Se a comida tiver influência no ruído, o ideal é realizar uma reeducação alimentar com as orientações dadas pelo médico. "Cafeína, teína e gordura também são vilões dos ouvidos. Café, chocolate, refrigerantes, chá preto ou verde e chimarrão são itens que os pacientes com zumbido devem evitar para não piorar o quadro", ressalta Rita, coordenadora do Grupo de Informação a Pessoas com Zumbido de Curitiba (GIPZ Curitiba).

Rita esclarece que o zumbido pode ter mais de uma causa, por isso o diagnóstico é feito em parceira com outros especialistas e o tratamento pode incluir diferentes estratégias. "Uma alternativa que está sendo bem aceita pelos pacientes, primcipalmente naqueles com maior percepção e incômodo pelo zumbido e que traz resultados extremamente positivos é a terapia sonora com um aparelho chamado de Oasis, da Neuromonics. A terapia consiste em retreinar as vias auditivas a partir de estimulação sonora com música para que o cérebro filtre o zumbido e o paciente não perceba mais o ruído", enfatiza.

Na terapia sonora Neuromonics, o paciente recebe um cartão de memória personalizado de acordo com o seu perfil auditivo. A escolha dos estímulos sonoros é importante para que todas as áreas da cóclea, pequena estrutura localizada no ouvido interno, sejam estimuladas. "O aparelho deve ser usado de duas a quatro horas por dia e o tratamento dura, em média, oito meses. O tratamento promove mais qualidade de vida ao paciente, que se sente relaxado, dorme melhor e tem mais controle sobre o zumbido. Com este tratamento o zumbido é filtrado por completo", finaliza.

Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães (CRM 9009)

Otorrinolaringologista, otoneurologista, mestre em clínica cirúrgica pela UFPR

Blog: http://canaldoouvido.blogspot.com

Email: ritaguimaraescwb@gmail.com

Verônica Pacheco - veronica@todacomunicacao.com.br

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