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Relator pede responsabilização de Marconi por sete crimes

22/11/2012

O relator da CPMI do Cachoeira, o deputado Odair Cunha (PT/MG), pediu a responsabilização do governador Marconi Perillo (PSDB) por sete crimes, incorrendo em penas previstas nos artigos do Código Penal que versam sobre formação de quadrilha, corrupção passiva, advocacia administrativa, tráfico de influência, falso testemunho, do artigo 90 (fraude) da Lei de Licitações e nas penas do artigo 1 da Lei 9.613/98, que versa sobre a criminalização de lavagem de dinheiro. Odair deixou de fora dos pedidos de responsabilização ou indiciamento os governadores Agnelo Queiroz (Distrito Federal), Eduardo Siqueira (Tocantins) e Sérgio Cabral (Rio de Janeiro), que tiveram os nomes citados nas sessões da CPMI e, no caso dos dois primeiros, nas investigações da Operação Monte Carlo, que resultou na prisão do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos.

O tópico destinado a expor o levantamento feito pelo relator a respeito das relações de Cachoeira com o governo estadual de Goiás tem mais de mil páginas, quase 20% do total do relatório, que tem 5,3 mil páginas e foi apresentado aos membros da CPMI em sessão nesta quarta-feira. Odair lista uma série de supostos indícios de que Marconi se beneficiou de uma relação com o grupo liderado pelo empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Inclusive com repasse de recursos.

Odair também pediu a responsabilização de dois secretários estaduais, dois procuradores de Estado, um ex-secretário estadual, dois prefeitos goianos, um tocantinense, um ex-senador, um deputado federal e um juiz do 18 Tribunal Regional do Trabalho. No relatório também consta o pedido de indiciamento de 33 pessoas, entre ex-assessores do governo de Goiás e do Distrito Federal, vereadores de Goiânia e Anápolis e supostos aliados de Cachoeira já denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) de Goiás. Dois políticos foram “inocentados” pela CPMI de qualquer envolvimento criminoso com Cachoeira – o senador Wilder de Morais (DEM) e o deputado federal Stepan Nercessian (PPS/RJ). No caso de cinco pessoas, o relator pede o aprofundamento de investigações, entre eles o procurador-geral de Justiça, Benedito Torres, chefe do Ministério Público de Goiás, e os empresários goianos Walter Paulo e Marcelo Limirio. Também são citados o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e policiais civis e militares goianos.

Na parte das empresas, foram identificadas 116 empresas com "um nível de suspeição" que tiveram relação financeira com a Delta Construções - empresa ligada a Cachoeira que seria responsável, segundo a CPMI, por um grande esquema de desvio de dinheiro de obras públicas para beneficiar políticos e empresários.

A reunião da CPMI que começa a analisar o relatório teve início às 10h15 em tom de conflito entre a base do governo federal, da qual o relator é integrante, e a oposição, entre eles parlamentares do PSDB. Ainda não está definido se o relator irá ler o documento na íntegra ou um resumo ou mesmo se essa leitura ocorrerá na sessão de hoje.
Goiasnet.com/Márcio Leijoto| O Popular

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