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Paraúna - uma das 7 Maravilhas de Goiás

11/07/2012

 Eleita uma das 7 Maravilhas de Goiás, Paraúna exibe belezas esculpidas pela ação da água e do vento, resultando em formações rochosas e paisagens paradisíacas

 
Serra das Galés tem pontos privilegiados para admirar as formações rochosas que dão vida a uma das 7 Maravilhas de Goiás : ação do tempo criou desenhos em forma de cálice e de tartaruga
 
Um cálice, uma tartaruga, uma máquina de escrever. No meio do Cerrado, vistas de longe na paisagem, essas formas se destacam e se elevam formando um mosaico único e que atrai a atenção de turistas e curiosos. A Serra das Galés, a 27 quilômetros de Paraúna, é um dos motivos que fizeram o município, a 158 quilômetros de Goiânia, ser eleito uma das 7 Maravilhas de Goiás pelos leitores de O POPULAR.
Um título justo dada a quantidade de belezas raras que podem ser apreciadas na região. Chegar a esses pontos têm diferentes graus de dificuldade, mas as principais atrações são bem acessíveis, a começar por essa cidadela de pedra de onde se tem vistas impressionantes de seus arredores.


Para chegar à Serra das Galés, o turista deve pegar a GO-050, entre Paraúna e Montividiu, e entrar à direita cerca de oito quilômetros à frente, num trevo, em uma estrada de terra. Esse caminho, que corta grandes fazendas, leva às unidades de conservação que cercam a Serra das Galés, dentro de uma propriedade particular protegida por decreto federal.


Na entrada do parque principal há uma porteira que fica trancada com cadeado e um passador para os pedestres. Só se pode entrar ali a pé. Veículos são proibidos. Mais uma caminhada de 15 a 20 minutos e o visitante já está aos pés das rochas esculpidas pela força da chuva e do vento. É fácil andar no meio delas e isso, que é uma vantagem para o turismo, também se torna uma ameaça para o lugar.

DEPREDAÇÃO

Muitas das formações já foram rabiscadas e tiveram lascas de rochas tiradas. A pedra em forma de cálice, por exemplo, exibe em sua superfície uma série de assinaturas de pessoas menos conscientes do prejuízo que tal brincadeira pode causar às estruturas. As formações, na sua maioria, permitem escaladas sem maiores esforços e esse uso inadequado acaba aumentando as erosões.


É possível, porém, apreciar a paisagem sem degradar a natureza. Há pontos de visão privilegiados de outras partes do parque em que se vislumbra as formas desenhadas pelo tempo. A Pedra da Tartaruga impressiona, já que até os desenhos do casco do animal parecem reproduzidos pelo líquen formado sobre ela.


Há também as formações que se assemelham a uma índia com seu filho, a uma esfinge e a um homem que chamam de lorde inglês. As pedras merecem cuidado porque sua formação é frágil. As estruturas são compostas por arenito, material propenso a desgastes. É isso, aliás, que possibilitou os cortes bruscos que podem ser vistos nas montanhas, resultando em formas improváveis.
Ali também é um sítio arqueológico importante, já que há vestígios muito antigos de ocupação humana na região. Com a proteção em torno de sua área, a Serra das Galés exibe um entorno arborizado, com muitas espécies típicas do Cerrado e fauna preservadas.

 


Cenários de perder o fôlego


As águas do Rio Ponte de Pedra foram caprichosas e valentes. Elas enfrentaram um pedregulho pesado e o perfuraram fundo, muito mais do que se pode imaginar à primeira vista. O resultado é um conjunto belíssimo, com rochas atravessadas por cursos d’água, corredeiras, cachoeiras e túneis úmidos, onde formações calcárias fazem galerias no interior de enormes pedras tornarem-se caminhos surpreendentes.
Chegar a essa paisagem incomum é muito fácil. A entrada para o local fica a cerca de 60 km de Paraúna, no caminho para Montividiu, na GO-050. A estrada que dá acesso ao lugar é marcada por um pequeno balneário, chamado Ponte de Pedra, que fica à esquerda da pista. Basta andar cerca de 2 km em uma estrada de terra e se chega ao local.


Há duas trilhas, também bastante fáceis de percorrer, que levam aos pontos principais da atração turística. Na Ponte de Pedra I, o visitante vai ver o encontro do Rio Corrente com o Rio Ponte de Pedra. Nesse local, há corredeiras nos dois cursos d’água e ambas deságuam em um grande poço que é um convite para um banho em águas cristalinas. Há alguns pescadores que também gostam de ficar por ali. Tudo muito pacato e preservado.


No lugar, há uma incrível ponte de pedra, um túnel sob o qual o rio, caudaloso, passa calmamente. É uma abertura enorme, talhada como se fosse um grande canal rochoso, cercado por minas d’água que abastecem o leito do rio e fazem a vegetação acima da ponte de pedra crescer vistosa.

IMPONENTE

Mais abaixo fica a Ponte de Pedra II. Ela é diferente da primeira e ainda mais imponente. A entrada é uma pequena abertura entre duas rochas. Passando por este espaço estreito, o turista se depara com uma grande câmara por dentro da qual passa o Rio Ponte de Pedra. É um salão de rochas bem alto, com uma enorme abertura no centro de seu teto por onde passa a luminosidade natural, deixando o cenário ainda mais bonito.
O visitante pode tomar banho no poço formado lá dentro e andar pelas galerias esculpidas pela água e que formam um labirinto em meio a paredes de pedra e algumas estalagmites e estalactites. O efeito visual do conjunto é arrebatador. Ainda não é cobrado ingresso para entrar nesse paraíso, algo que pode começar a acontecer até o fim deste ano.

 

Dicas e curiosidades

Muitas lendas cercam as pedras de Paraúna. Uma delas atesta que as formações esconderiam, em seu subsolo, uma cidade perdida, de onde emergeriam habitantes das cavernas, flagrados em aparições misteriosas. Outras garantem que luzes pairam sobre os morros e dos rincões mais isolados vem uma música inexplicável. Também existem os que juram ter visto uma criatura monstruosa vagando pela noite, o Pé-Grande de Paraúna.
O acesso mais comum a Paraúna, saindo de Goiânia, costuma ser pela BR-060 até Indiara e, de lá, pela GO-320, passando por Jandaia. A rodovia federal, porém, está em duplicação, com trechos em obras, e a GO-320 está em péssimo estado de conservação. Uma alternativa é ir por Trindade, Campestre, Palmeiras de Goiás e Palmeúna, passando pela GO-050.
Cuidado com as pedras de Paraúna. São pontudas e escorregadias. Muito cuidado ao caminhar, sobretudo na Ponte de Pedra, que tem alguns pontos traiçoeiros.

 

O que conhecer

SERRA DA PORTARIA
Fica a 36 quilômetros de Paraúna, seguindo pelo mesmo caminho que leva à Serra das Galés. Também está localizada em uma fazenda e exibe formações rochosas de grande porte, a que os turistas têm acesso. O visitante pode ver um pequeno complexo espeleológico, com cavernas e grutas. Há também um mistério por aquelas bandas. Algumas formações assemelham-se a construções encontradas em sítios arqueológicos incas e maias na América Latina. Há quem defenda que houve algum tipo de ligação entre Paraúna e esses lugares em um passado remoto.

CACHOEIRAS
O município de Paraúna tem várias cachoeiras. Algumas das mais famosas são a do Desengano, que fica a 50 km da cidade, formada por três quedas d’água e que podem ser facilmente visitadas; a dos Sonhos, também a 50 km da sede do município, aonde só se chega com um guia turístico; e a do Servo, a 63 km de Paraúna, que fica no caminho da Serra do Quebradão e tem 12 metros de altura por 25 metros de largura.

MURALHA DE FERRO
É um paredão de pedra que se assemelha a um enorme muro.
O lugar fica a 34 km de Paraúna e faz parte de um conjunto de rochas que, no total, tem 80 km de extensão.


Fonte: Jornal O POpular - Rogério Borges - Foto: Wildes Barbosa

 

 

 

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