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Horário de verão pode prejudicar a visão


24/10/2012


Sono desregulado altera a produção de hormônios, afetando a saúde dos olhos e outras partes do corpo. Saiba como driblar estes efeitos.
 
O horário de verão iniciado no último domingo, dia 21 de outubro, pode afetar a qualidade do sono e prejudicar a saúde de 4 em cada 10 brasileiros. Isso porque, este é o índice da população que sofre de insônia e pode ter agravamento do distúrbio por conta da mudança de horário. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, a luz sincroniza o relógio biológico que responde por todas as funções do nosso organismo. “É isso que explica, por exemplo, porque uma pessoa com catarata, opacificação do cristalino que torna a visão embaçada, tem mais propensão a entrar em depressão”, afirma. O bloqueio da entrada da luz até a retina no fundo dos olhos, compara, faz o portador viver dias cinzentos de inverno, independente da estação do ano. “Está comprovado que a baixa luminosidade nos países nórdicos durante o inverno aumenta a chance de surgir depressão”, comenta. “A boa saúde depende da sincronização de nosso relógio biológico com a claridade do sol e a escuridão noturna”, afirma. Por isso, pessoas com grande dificuldade de adaptação ao horário de verão têm comprometimento das funções biológicas que são iniciadas na retina pela captação de luz.


Hormônios da noite

O oftalmologista afirma que a produção de alguns hormônios é maior durante a noite em ambientes escuros. O horário em que ocorrem varia de acordo com o organismo de cada pessoa.  Este é o caso da melatonina e do hormônio do crescimento que têm função de regular o metabolismo. Só para se ter uma idéia da importância desses  hormônios, o médico diz que a melatonina é um antioxidante duas vezes mais potente que a vitamina E. Por isso, protege os olhos das duas principais causas de cegueira - catarata e degeneração macular (perda da visão central) decorrentes do envelhecimento. O especialista destaca que outros efeitos da melatonina sobre a saúde são a melhora da qualidade do sono, redução do risco de enfarte, combate ao estresse e aos micróbios.
 

Já o hormônio do crescimento (GH), comenta, contribui com a formação dos tecidos e estimula o sistema imunológico. Por isso, está associado à proteção contra o câncer.  Protege todo o organismo, inclusive os olhos, de outras doenças infecciosas, como por exemplo, a conjuntivite.
 

Estresse

Queiroz Neto afirma que a dificuldade de adaptação ao horário de verão por causa do agravamento da insônia eleva a produção do cortisol e adrenalina, hormônios que mantêm o estado de vigília.
O excesso de adrenalina, explica, aumenta os batimentos cardíacos e a pressão arterial, fatores de risco das doenças cardiovasculares. Já a maior produção de cortisol causa ganho de peso, glicemia e colesterol alto. Para os olhos, comenta, o maior perigo está no aumento do cortisol e do colesterol.   Podem  ocluir os vasos da retina e impedir que os nutrientes cheguem à membrana. Em logo prazo, esta alteração leva à degeneração da retina.


Para driblar efeitos Nocivos

O médico diz que muitos pacientes afirmam que quando perdem o sono vão para o computador. É um erro, comenta, porque a luz do monitor aumenta a produção dos hormônios do estresse. Para prevenir  doenças as dicas são:


·         Escurecer ao máximo o quarto antes de dormir para estimular a produção de melatonina que reduz o cortisol e adrenalina.
·         Evitar computadores e outros dispositivos eletrônicos no horário de dormir.
·         Incluir na alimentação laticínios, nozes, gergelim e tofu que contém triptofano, precursor da melatonina.
·         Consumir semente de linhaça, peixes e frutos do mar ricos em ômega 3 que melhora a qualidade da lágrima, as funções cerebrais e o humor.
·         Praticar exercícios físicos diariamente.
·         Evitar alimentos ricos em cafeína que elevam o stress e alimentos gordurosos, especialmente à noite.
·         Aumentar o consumo de frutas cítricas ricas em vitamina C.
·         Passar por exame de vista e de sangue anualmente já que muitas doenças só apresentam sintomas em estágios avançados que dificultam a completa recuperação.
 

Eutrópia Turazzi – eutropia@uol.com.br

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