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Cirurgia Refrativa

Cirurgia Refrativa

Dra. Juliane Paranhos

A medicina atual tem se preocupado em analisar os procedimentos médicos clínicos e cirúrgicos sob o ponto de vista do paciente. Para esta avaliação utilizam-se questionários que avaliam o impacto do procedimento na qualidade de vida do paciente.

Vários estudos mostram que a CIRURGIA REFRATIVA tem um impacto significativo na vida do paciente para MELHOR. Então, entenda melhor o que é, quais os exames e quais os limites desta cirurgia que corrige a miopia,o astigmatismo e a hipermetropia. A cirurgia refrativa é associada à cirurgia a laser. Mas existem diversas técnicas de cirurgia refrativa que não envolvem a aplicação do laser. Nestas cirurgias a correção do grau é feita com implante de lentes intra-oculares ou até mesmo próteses na córnea. Estas técnicas são utilizadas quando há contra indicação para a cirurgia a laser.

Tentaremos esclarecer a seguir as principais dúvidas dos pacientes sobre a cirurgia refrativa com Excimer laser. "

"A cirurgia refrativa corrige o tipo de grau que eu tenho?"

A cirurgia corrige a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo. A presbiopia que é aquele grau que aparece após os 40 anos de idade e causa dificuldade para perto não é corrigida com o excimer laser. O que pode ser feito nestes casos é deixar um pouco de miopia em um dos olhos para que a pessoa possa ver bem de longe e de perto. "

"Com que idade a cirurgia pode ser feita?"

Não existe uma idade ideal. O mais importante é que o grau já esteja estabilizado e isto ocorre por volta dos 18 a 20 anos, mas em algumas pessoas o grau estabiliza antes disto e em outras bem depois. "

"É possível zerar o meu grau?"

O objetivo da cirurgia é deixá-lo independente dos óculos. Isto porque a quantidade de grau corrigida vai depender da programação cirúrgica e da resposta da sua córnea ao laser. Em alguns casos pode ser necessária outra cirurgia para corrigir o grau residual. Outras vezes o grau residual não interfere nas atividades do dia a dia não sendo necessário corrigi-lo. A quantidade de grau a ser corrigida também vai depender das características da córnea de cada um. Em alguns casos não é possível corrigir todo o grau. Mas, quando isto acontece o oftalmologista explica antes da cirurgia a quantidade de grau que é possível corrigir com o laser. Nestes casos o paciente pode optar por corrigir só a quantidade que é possível corrigir já sabendo que ficará com grau residual ou optar por outra técnica de cirurgia refrativa junto com seu oftalmologista. "

"Quais os riscos da cirurgia refrativa"?

As complicações são raras. Mas, como qualquer outro procedimento médico, existem riscos envolvidos.

1. Infecção - é raro e pode causar desde desconforto e demora na cicatrização até sérios danos à córnea e a visão.

2. Inflamação

3. Perda de linhas de visão, ou seja, existe a possibilidade de perder quantidade de visão e você não conseguir ler todas as letras daquela tabela que o médico te mostra ao fazer o grau

4. Hipocorreção ou hipercorreção - isto significa que o grau pode não ser corrigido totalmente ou ter uma correção maior que a programada apesar da alta previsibilidade desta cirurgia. Em alguns casos é necessária outra cirurgia para corrigir o grau residual outras vezes não. Mas nem sempre é possível fazer uma nova intervenção cirúrgica

5. Olho seco: geralmente é passageiro e melhora 6 meses a 1 ano após a cirurgia.

6. Alteração na qualidade da imagem: neste caso quanto maior o grau e quanto maior o diâmetro da pupila maior a possibilidade de haver alteração na qualidade da imagem. Atualmente temos um tipo de cirurgia refrativa, a cirurgia personalizada, que visa não alterar a qualidade da imagem formada pelo olho do paciente e em alguns casos até melhorar. "

"Que exames devo fazer para saber se posso ser submetido a cirurgia refrativa?"

Antes da cirurgia deve-se fazer ceratoscopia computadorizada, paquimetria, microscopia especular e mapeamento de retina. Um exame chamado aberrometria deve ser feito se estiver sendo programado a cirurgia personalizada. Dependendo do caso podem ser necessários outros exames

A ceratoscopia computadorizada ou topografia de córnea é o método mais sensível para diagnosticar ceratocone e degeneração marginal pelúcida mesmo antes destas doenças diminuírem a visão. Estas doenças contra indicam a cirurgia. Neste exame observa-se também a curvatura da córnea que é importante no cálculo e programação da cirurgia.

A paquimetria mede a espessura da córnea Durante o mapemento de retina o oftalmologista vai analisar se há alterações na periferia da retina que possam aumentar o risco de descolamento durante ou após a cirurgia refrativa. Se houver alguma alteração esta deverá ser tratada antes do procedimento cirúrgico.

Aberrometria: este exame faz uma caracterização mais refinada da óptica ocular. Neste exame é analisado o grau do paciente e também qualidade da imagem do olho. É utilizado na cirurgia personalizada visando não apenas quantidade, mas também qualidade de visão pós operatória.

" "Que tipo de cirurgia é melhor: LASIK ou PRK?"

LASIK é uma sigla para laser in sito keratomileusis. Consiste em levantar uma fina camada da córnea, com um instrumento chamado microcerátomo, e aplicar o laser abaixo deste flap, ou seja, desta camada fina que foi levantada. Depois da cirurgia o flap é reposicionado e funciona como um curativo. Por este motivo não há dor no pós operatório e a visão volta rapidamente ao normal. PRK (photorefractive keratectomy) - neste caso o laser é aplicado na superfície da córnea. No final da cirurgia coloca-se uma lente de contato terapêutica. É comum dor nos primeiros dias após a cirurgia e a visão se recupera mais lentamente.

A escolha por LASIK ou PRK depende dos exames pré operatórios e deve ser discutida com seu oftalmologista. " "O que é cirurgia personalizada?" Até pouco tempo atrás a cirurgia refrativa era baseada na correção do grau, ou seja, miopia, astigmatismo ou hipermetropia . É como se você considerasse que todas as pessoas que pesam 58Kg fossem iguais. Mas, na realidade isto não é verdade, existem diferenças de tamanho, biótipo, etc.

A cirurgia personalizada considera isto, ou seja, as diferenças que existem entre os olhos mesmo que estes tenham o mesmo grau. Alguns pacientes queixam-se da visão mesmo tendo ficado sem grau após a cirurgia, alguns têm problemas com a visão noturna. A explicação é que estas queixas estão ligadas não a presença ou ausência de grau, mas a qualidade da imagem formada. A aberrometria é um exame através do qual é possível selecionar os pacientes que têm mais propensão a apresentarem sintomas relacionados a qualidade da visão no pós operatório. Geralmente estes pacientes apresentam uma grande quantidade de aberrações de alta ordem.

Na cirurgia personalizada a aberrometria é levada para o excimer laser e o cálculo da cirurgia leva em conta não apenas o grau, mas também estas aberrações de alta ordem visando uma melhor qualidade de visão no pós operatório.

O QUE FAZER PARA TOMAR A DECISÃO FINAL DE OPERAR OU NÃO E COM QUEM OPERAR?

" Os riscos e benefícios da cirurgia não são apenas inerentes ao procedimento em si, mas ao tipo do excimer laser e a experiência do cirurgião com a técnica. " Não baseie sua decisão apenas no custo!!!! Isto é fundamental.

Lembre-se de que a decisão que você tomar vai te acompanhar para o resto da sua vida. " Leia o termo de consentimento informado com calma e tire todas as suas dúvidas com o seu oftalmologista " Verifique se a carreira pela qual optou permite integrantes submetidos a cirurgia refrativa.

Algumas profissões, principalmente militares, não aceitam. Enfim, sendo um bom candidato e optando pela cirurgia refrativa, desejo-te boa sorte ao ingressar no mundo sem óculos e sem lentes de contato.

Dra Juliane Paranhos CREMEGO: 7845. Oftalmolgista com subespecilalização em córnea pela UNIFESP. www.hospitaldavisao.com.br 

 
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