Aquela moça - Joaquim Paranhos de Menezes
Aquela moça
Aquela moça dos olhos dourados!,
Dos egos globosos mui bem inflados,
Cúmplices da vivência...
Vistas alheias lhe despem bocados,
Em claro jugo aos rijos abobados
- Dotes em vã clemência!
Doudos delírios então comportados
Eriçam pose dos brios afiados
A sentir sua essência!
Em pródigos patifes transformados,
São réus possíveis dos lábios trancados
À chave da inocência.
Bravios cavaleiros e vis soldados
Por banal fronteira estão condenados
A inúteis golpes de espada na prudência:
Os sonhos abrigam seus gozos fardados
De édipo complexo, e quaisquer agrados
(Pela Moça) esbarram na transcendência!
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