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Sexualidade - O Que é Normal?

Sexualidade - O Que é Normal?

Em psiquiatria é muito comum nos depararmos com a seguinte pergunta: "-Doutor, como é uma atividade sexual considerada normal?" Ou então com a questão sobre "quantas relações sexuais por mês é normal?" Muitas outras dúvidas sobre a sexualidade giram em torno do que "seria normal" sobre as preferências sexuais e coisas assim...

Nestas questões, como em tantas outras da psiquiatria, não podemos confundir o que não é normal (não-normal) com doença ou (não sadio). Portanto, para evitar riscos de empregarmos mal o termo "normal", devemos substituí-lo por sadio, numa contra-posição clara à doença e o que não é normal (estatisticamente), preferimos o termo não-normal em contraposição à anormal.

Uma pessoa com mais de 50 anos, por exemplo, que tenha relações sexuais diariamente pode ser considerada não-normal, estatisticamente, entretanto, não será doente, necessariamente. Então vamos começar o artigo de novo, ou seja, deveríamos nos deparar com a seguinte pergunta: "- Doutor, como deve ser uma atividade sexual para ser considerada sadia?" Ou então com a questão sobre "quantas relações sexuais por mês é sadio?" Em medicina, o termo normal tem uma conotação estatística, predominantemente, ou seja, normal é o mais freqüente, mais usual, mais encontradiço e, neste caso, não-normal nem sempre significa, obrigatoriamente, doença.

Vejamos o caso da gravidez de gêmeos; não é uma gravidez normal e também não é doença. Ou ao contrário, podemos dizer que ter dentes cariados é estatisticamente normal, no entanto, não se tratam de dentes sadios. Costumo dizer que sexo sadio é aquele que satisfaz todos que dele participam e, normal, é o sexo que não causa sofrimento. Acho essa colocação bastante explicativa. Assim sendo, falar em problemas sexuais ou transtornos da sexualidade implica, primeiramente, em algum acontecimento incomum, ou seja, estatisticamente não-normal e, em segundo e principalmente, em algum acontecimento capaz de causar sofrimento ou prejuízo na pessoa ou em outros.

Vamos abordar aqui, principalmente a questão do Desejo Sexual e da Performance Sexual. Para início de conversa, podemos pensar na performance sexual sadia como sendo aquela capaz de atender plenamente o desejo sexual e, de certa forma, vice-versa, ou seja, desejo sexual sadio aquele capaz de satisfazer-se com a performance sexual da pessoa. Desta forma o critério de saúde sexual acaba por se tornar eminentemente pessoal, íntimo e relativo.

Agora vamos organizar nosso pensamento em duas afirmações e conclusões: 1 - Em medicina de um modo geral, particularmente em psiquiatria, especialmente em sexualidade, não habitual (não-normal) não significa obrigatoriamente doente. 2 - Para diagnosticar qualquer tipo de transtorno (psiquiátrico, em geral) é necessário, além do critério estatístico (ou não-normal), também um componente mórbido ou que cause sofrimento. Conclusão: dessas duas afirmativas podemos deduzir que a qualidade, quantidade e característica da atividade sexual deve ser considerada sadia quando satisfaz quem dela participa, e deve ser objeto de atenção terapêutica quando proporciona insatisfação, sofrimento ou frustração, no momento do ato, antes e depois.

Em psiquiatria a morbidez (sofrimento) é um atributo que não deve acometer apenas o paciente, como em outras especialidades médicas, mas deve estender-se aos demais, às pessoas que lhe são próximas. Alguns pacientes psiquiátricos não experimentam sofrimento, mas proporcionam sofrimento aos demais. Dentro da psiquiatria, não a sexualidade, mas a atividade sexual também deve ser tida como patrimônio do casal e o sofrimento ou a satisfação devem ser consideradas igualmente no plural.

Assim sendo, algumas vezes a atenção terapêutica também deve ser extensiva aos parceiros daquele que, à primeira vista, pensa tratar-se do paciente. Portanto, antes de tocarmos nos possíveis problemas sexuais que afligem homens e mulheres, como são os transtornos de Ereção e da Função Sexual Feminina, devemos considerar se estes problemas, de fato, estão atrapalhando ou tornando essas pessoas infelizes. Além disso, fazer considerações sexuais emancipadas dos valores culturais que inegavelmente se aplicam ao tema, é uma tarefa muito difícil e incompleta.

Diz-se que um casal "normal" deve ter em média duas relações sexuais por semana, sendo uma dessas vezes, preferentemente, aos finais de semana. Diz-se também que para ser um sexo "normal" ambos devem, obrigatoriamente, finalizar a relação com o orgasmo. Alguns segmentos culturais dizem até que, o "normal" é que o homem tome sempre a iniciativa sexual, que ele fique sempre por cima e que seja o único a demonstrar "tesão". Enfim, as regras e convenções são muitas e para acompanhar o culturalmente (ou politicamente) correto é necessário obedecer uma série de regras e preceitos. Ora, com tal estreiteza mental fica mais fácil detectar essas tais "anomalias" sexuais. Existem casais onde ambos têm um desejo sexual calmo e sereno mas, não obstante vivem muito bem assim. Até o dia em que a mulher volta do cabeleireiro triste e achando que para ser feliz deveria também experimentar esse tal de orgasmo múltiplo.

É importante, em saúde mental, que as pessoas possam se sentir livres para optar por suas vidas, de forma a se sentirem felizes e, principalmente, sem comprometer a felicidade dos outros, mesmo que estas possam ser consideradas "problemas sexuais" aos parâmetros culturais. O Desejo Sexual Como podemos entender o Desejo Sexual? O Desejo Sexual é um fenômeno subjetivo e comportamental extremamente complexo.

Contribuem para a gênese do desejo sexual as fantasias sexuais, os sonhos sexuais, a iniciação à masturbação, o início do comportamento sexual, a receptividade do companheiro(a), as sensações genitais, as respostas aos sinais eróticos no meio ambiente, entre muitos outros fatores. Diante dos problemas sexuais que a clínica diariamente nos apresenta, é necessário procurar entender se o tal problema diz respeito ao Desejo Sexual, ao Desempenho Sexual ou à ambos.

O Desejo Sexual, é o que dispõe a pessoa à atividade sexual e se compõe de 3 atitudes; a Motivação Sexual ou Aspiração Sexual, Estímulo Sexual e o Impulso Sexual. Do Desempenho Sexual participam a Excitação Sexual e o Orgasmo. Motivação Sexual ou Aspiração Sexual, Estímulo Sexual Impulso Sexual Veja sobre Desejo Sexual Grosso modo poderíamos, baseados exclusivamente na estatística e nos hábitos culturais de nosso sistema, imaginar um conjunto de critérios sugestivos de Motivação Sexual normal, como abaixo.

A Aspiração Sexual estatisticamente normal deveria envolver, na seguinte ordem decrescente: Indivíduos Humanos (contrário ao bestialismo) Indivíduos vivos (contrário à necrofilia) Pessoas livremente concordantes (contrário ao assédio) Pessoas livremente receptivas (contrário à violentação) Pessoas de faixa etária relativamente compatível (contrário à pedofilia) Parentes de grau próximo e de primeiro grau (contrário ao incesto) Locais adequados e em circunstâncias propícias (contrário ao exibicionismo) Pessoas disponíveis civilmente (contrário ao adultério) Outra pessoa (contrário à auto-satisfação)

Pessoas do sexo oposto (contrário ao homossexualismo) As situações sexuais cuja Motivação não considerou algum dos itens supra listado são, estatisticamente, não-normais. Daí até que as consideremos doença, há necessidade de morbidez, ou seja, de sofrimento, seja da pessoa ou do(a) outro(a). Evidentemente, como se trata de um ajuizamento atrelado à cultura e sustentado pela estatística, podem haver mudanças de acordo com a época e com a sociedade. Nossa cultura exerce um forte apelo sexual, estabelece "normas" de sexualidade e recomenda protocolos.

A mídia, principalmente a televisão, revistas de moda ou de comportamento social banalizam o comportamento sexual, sugerem uma certa obrigatoriedade de liberdade sexual, como se, para participar da conjuntura a pessoa fosse obrigada a um tipo de comportamento eminentemente facultativo, rotulam pejorativamente aqueles que não compartilham da libertinagem. Assim sendo, o ambiente cultural de nossos dias motiva pessoas para o sexo. A Motivação Sexual representa a vontade de comportar-se sexualmente conforme o modelo cultural e implica na "autorização" social para a iniciativa, para a receptividade ou para as duas coisas.

Essas novas "normas" politicamente corretas motivam pessoas a procurar seguir o modelo vigente e o estímulo sexual naturalmente facultativo passa a ser obrigatório; a mocinha que sai à noite e não consegue "ficar" com ninguém, sente-se compelida a achar que tem problemas. Situações fisiologicamente e psicologicamente normais, onde o estímulo deveria estar naturalmente ausente, são reclamadas como anormais pelas pessoas que não estão conseguindo acompanhar o apelo sexual do sistema.

A Motivação Sexual e o Estímulo Sexual são quase a mesma coisa, dizem respeito à influência que o "objeto" exerce sobre o "sujeito", ou seja, é o efeito sexual causado por alguma coisa do ambiente sobre a pessoa, seja a cultura, seja a outra pessoa. Academicamente podemos dizer que a Motivação é cultural e geral, enquanto o Estímulo é específico e pessoal, a motivação atende ao gosto da cultura onde se vive e o estímulo atende ao gosto da pessoa. De qualquer forma, ambos representam a valoração do objeto pelo sujeito e acontecem nessa ordem; primeiro a motivação, depois o estímulo.

Enquanto a Motivação Sexual é a disponibilidade para o sexo, com o que, como, quando e onde, decidir com quem fazer esse sexo é papel do Estímulo Sexual. Portanto, depois da motivação sexual, a vontade de aproximar-se dessa ou daquela pessoa com intenções sexuais, de eleger fulano ou sicrano para o sexo, a vontade de tomar iniciativa ou aceitar a iniciativa dessa outra pessoa é comandada pelo Estímulo Sexual. Como dissemos em outra página, o ambiente motiva e a outra pessoa estimula, o incesto é desmotivado, a pessoa com mau hálito é desestimulante. A avaliação íntima do(a) parceiro(a) e de si mesmo entram em jogo para o Estímulo Sexual. Algumas mulheres deixam de sentir estímulo porque o parceiro não corresponde às suas expectativas sexuais, outra vezes, porque elas próprias se consideram pouco atraentes (envergonhadas), portanto, incapazes de despertar um estímulo sincero.

Quando o parceiro é avaliado de forma negativa e a intimidade psicológica (conforto emocional) não é estabelecida, quando há sentimentos de mágoa, decepção e incompreensão, normalmente perde-se o Estímulo Sexual. As decepções da vida conjugal e o tipo de relacionamento com o(a) parceiro(a) são fortes responsáveis pela perda do Estímulo Sexual, muito embora a pessoa frustrada possa continuar sentindo Motivação Sexual e possa ser possível o Impulso Sexual. Como vimos na página sobre Disfunção Sexual, essa é a fisiologia mais provável para a traição conjugal. Para que um casal continue a ter relações sexuais de índole amorosa, passado a ebulição da paixão, é preciso que um continue a preencher requisitos do outro, que suas identidades sexuais não sejam conflitantes. Nas intimidades da cama o casal deve partilhar a mesma tonalidade sexual, deve aceitar reciprocamente o "script" erótico do outro.

Muitas pessoas perdem o Estímulo Sexual porque não se sentem à vontade com a tonalidade sexual um do outro, embora extra-sexualmente sejam excelentes companheiros. É por isso que alguns casais manifestam reciprocamente um grande apreço, um pelo outro, mas são sexualmente insatisfeitos. A análise de fatores psicológicos como esses ajuda a explicar grande parte dos problemas de falta Motivação Sexual na população e como as manifestações de Impulso Sexual podem ser diminuídas. Algumas vezes, embora haja uma Motivação Sexual (cultural e ambiental), como por exemplo, um casal com salvo-conduto para o sexo, quanto, como e onde desejar, falta o estímulo necessário para a iniciativa sexual à um dos parceiros. Isso pode ocorrer porque, normalmente, o outro não está preenchendo algum requisito importante para tal: higiene, carinho, companheirismo, erotismo, compreensão, segurança, estética, etc...

É no Estímulo Sexual que as diferenças entre o homem e a mulher começam a se tornar mais contundentes. Nas mulheres é comum que a Estimulação Sexual demore algum tempo de convivência para ser plena, assim como também é mais necessária sensação de amor, confiança, segurança e afeição que se desenvolve pelo outro. Neurofisiologicamente o Impulso Sexual é a parte do desejo sexual que se experimenta no corpo e que estimula a atividade sexual mediata. Provavelmente é o resultado da ativação das redes neurais do sistema nervoso central e será percebido como uma inclinação ao sexo, vulgarmente definido pela palavra "tesão".

Saber se um determinado Impulso Sexual está sendo normal, digo, sadio ou não é uma questão de senso clínico, como dissemos acima. A grosso modo podemos dizer que é normal as pessoas jovens terem Impulso Sexual mais ativo que os idosos, entretanto, a exata quantidade desse Impulso Sexual deverá ser considerada à luz da satisfação da pessoa de cada um, bem como da capacidade de satisfazer efetivamente esse impulso. Com o passar dos anos o Impulso Sexual é paulatinamente substituído pela Motivação e Estímulo Sexuais, o que, de certa forma, faz compensar um pelo outro

. É por isso que as pessoas mais maduras costumam dizer que são mais exigentes em termos de companhia sexual, porque a motivação e estímulo implicam em algo a mais do que o simples impulso biológico. Implica na adequação cultural por um lado, e por outro lado, em afeição, admiração, simpatia e amor. A hipererosia, ou excesso de desejo sexual, tem sido atualmente denominado de Compulsão ou Obsessão Sexual, mas só será considerado objeto de atenção terapêutica no caso de proporcionar algum prejuízo pessoal e/ou de relacionamento. É claro que, se uma pessoa com esse perfil sexual tiver por parceiro(a) outra pessoa com as mesmas afinidades sexuais e vivem perfeitamente felizes, deixará de se tratar de um problema a ser corrigido.

Como o ser humano tem uma inexorável tendência em recriminar nos outros as qualidades que não tem, as mulheres com hipererosia são pejorativamente denominadas de ninfomaníacas e os homens de tarados. Mas como vimos, mais de uma vez, isso só será problema se proporcionar algum prejuízo pessoal ou social. Por outro lado, também o Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo, bem descrito no DSM.IV (classificação norte-americana de psiquiatria), só será objeto de atenção caso seja acompanhado de insatisfação, prejuízo ou infelicidade pessoal, ou afetando diretamente outra pessoa. Não é objetivo deste artigo esmiuçar as diversas patologias da sexualidade (encontradas em outros locais desse site), mas tão somente refletir um pouco sobre os critérios de normalidade. Para tal, sempre é bom lembrar da definição de Aristóteles sobre a virtude: "virtude é a eqüidistância entre dois vícios, um por excesso e outro por falta".

Veja também Desejo Sexual A Excitação Sexual A fase de excitação sexual é, basicamente, o preparo do organismo para o ato sexual. O DSM.IV trata desse assunto sob o nome de Transtorno da Excitação Sexual Feminina, sendo sua característica essencial a incapacidade de adquirir ou manter uma excitação sexual adequada, seja essa excitação refletida através da lubrificação vaginal ou através da sua turgescência, ou que essa excitação não seja eficaz até a conclusão da atividade sexual. Tanto o corpo da mulher quanto do homem passam por modificações fisiológicas durante a excitação sexual.

Na mulher a vagina se expande, relaxando-se para permitir a penetração, fica molhada para facilitar os movimentos sexuais, o clitóris se entumece, tornando-se mais sensível ao contato físico, os grandes lábios costumam se retrair e os pequenos lábios aumentam de tamanho. A diminuição ou falta desses fatores fisiológicos pode significar alguma dificuldade para a sexualidade. A disfunção sexual que ocorre na fase da excitação pode ser seguida de dor à relação, chamado de dispareunia.

No homem a excitação proporciona a ereção do pênis, comumente seguido de secreção uretral viscosa e aceleração dos batimentos cardíacos e respiratórios. Depois do que vimos acima, é de se supor que a Excitação Sexual em ambos os sexos já se encontre basicamente em andamento, depois de ter havido adequado Impulso Sexual (mais biológico) mas, quando o sexo é predominantemente despertado pela Motivação Sexual, a excitação deve ser bem mais estimulada. Na fase de Excitação Sexual participa ativamente a Motivação Sexual. Portanto, por exemplo, pode não se conseguir Excitação Sexual visual (vendo-se cenas eróticas) se a pessoa cultivar valores mais pudicos e moralistas, ou ainda, pode-se também impedir a excitação se a pessoa vivencia sérios conflitos íntimos baseados em valores éticos.

Veja mais sobre Excitação Sexual O Orgasmo Segundo algumas pesquisas brasileiras (veja em Disfunção Sexual Feminina), 40 a 60% das mulheres pesquisadas refere dificuldades ou incapacidades em obter orgasmos nas relações sexuais. Por aqui se vê que, a considerar apenas o critério estatístico para avaliar a normalidade, quase podemos dizer que, estatisticamente, não será anormal a mulher não sentir orgasmo. Em grande número de casos a mulher consegue ter orgasmos com a masturbação mas não os consegue com a penetração sexual. Muitas também só conseguem o orgasmos ao se manipularem enquanto são penetradas.

Outro tanto de mulheres, apesar de não sentirem o orgasmo, mesmo assim sentem muito prazer durante o ato sexual. Ainda revendo o que foi dito na página sobre Disfunção Sexual Feminina, 50% dos homens e 77% das mulheres relatam dificuldades sexuais que não são de natureza funcional, quer dizer, não são devido ao desempenho sexual em si mas, o maior número de dificuldades relacionou-se fortemente à falta de satisfação sexual global. O raciocínio sobre o sadio, o não-normal, o desejável e o patológico nas questões do orgasmo deve ater-se à ocorrência ou não de sofrimento, mais que aos números. Seria então normal não ter orgasmos? Bem estatisticamente falando, pelas pesquisas que falam entre 40 e 60% de mulheres anorgasmáticas, até que não seria de se estranhar tanto a falta do orgasmo.

Mas, como os elementos estatísticos não são suficiente para saber se algo é ou não sadio, devemos considerar o grau de satisfação da pessoa em apreço. Muitas mulheres anorgasmáticas estão mais realizadas sexualmente que suas colegas propagadoras de orgasmos múltiplos. Aí poderíamos confundir o pensamento perguntando o que seria MAIS normal; não ter orgasmos e ser feliz no sexo ou ter orgasmos e padecer frustrações sexuais?

Se pensarmos no termo sadio, ao invés de normal, podemos achar mais sadio o primeiro caso. Na realidade, visto que a sexualidade feminina prioriza a Motivação Sexual e o Estímulo Sexual mais que o Impulso Sexual e, sendo a Motivação e o Estímulo Sexuais de natureza mais afetiva que instintiva, a capacidade de sentir orgasmo estaria vinculado à uma certa "ambientação" com o parceiro, ou seja, seria algo adquirido com a afeição, admiração, simpatia, segurança, satisfação pessoal, etc. e não uma decorrência quase mecânica e automática como acontece no sexo masculino. Nos homens, desde que não hajam problemas no Desejo Sexual e nem na ereção, a falta de orgasmo normalmente se deve ao uso de medicamentos que aumentam muito o tempo de latência (tempo necessário para atingir o orgasmo), ao alcoolismo, ao tabagismo e diabetes.

De modo geral, temos observado na clínica um número satisfatoriamente alto de mulheres, antes anorgasmáticas, que desenvolveram a capacidade de sentir orgasmo em torno dos 35-38 anos de idade. Concorrem para isso uma série de fatores circunstanciais, desde a estabilidade econômica e profissional, a melhoria da satisfação no relacionamento com o parceiro, o bem estar emocional, até o encaminhamento adequado dos filhos, etc. Finalizando, podemos concluir que a pergunta que dá nome a esse artigo não procede. Então antes, devemos perguntar "o que é SADIO em sexualidade?". Sadio é a sexualidade satisfatória, é o sexo que atende aspirações de quem dele participa.

Fonte: parceria: Psiqweb.com.br/mundomulher

http:www.psiqweb.com.br

 

 

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