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Sexualidade

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"Não! A minha mãe e o meu pai não fazem isso! É mentira!" Na maioria das vezes, estas são as frases ditas por crianças, ao serem questionadas sobre a sexualidade dos pais.

Esse tipo de pensamento ou atitude ocorre até mesmo com pessoas mais esclarecidas, que pensam que a sexualidade dos pais acaba quando nasce o último filho.

A psicóloga e mediadora familiar Graziela Zlotnik Chehaibar afirma que a reação é natural.

"Os filhos acham que o sexo é totalmente abolido da vida dos pais. Para eles, a cama do casal é um lugar sagrado - uma espécie de abrigo contra a erotização da mídia, que atinge diretamente o público infantil e o torna cada vez mais vulnerável e enquadrado na sexualidade", diz Graziela. Segundo a psicóloga, quando os filhos são crianças e vêem a porta do quarto do casal fechada, podem se sentir desprezados, principalmente quando os chamados não são atendidos.

E os pais? Como devem se comportar para não passar a impressão de desprezo? E no caso de filhos adolescentes? O problema é sério, especialmente em famílias mais conservadoras, ou quando a escola não tem aulas adequadas de educação sexual.

O sexo ainda é visto como um mistério a ser desvendado pelos baixinhos. "Mas ele está toda hora presente na mídia. Assim, a curiosidade faz com que a criança entre muito cedo nesse universo, sem a devida orientação", diz Graziela, ao dar algumas dicas de como se deve agir:* O diálogo entre pais e filhos é essencial.

É necessário deixar claro que os pais também precisam ficar sozinhos.* Apresentação do sexo como conseqüência do amor, respeito e compreensão entre duas pessoas.

Falar de sexo com clareza, naturalidade e responsabilidade. Tratá-lo como algo presente e necessário para a vida.* Na outra ponta, os pais devem manter sempre sua privacidade a fim de evitar constrangimentos futuros. A criança deve crescer considerando normal a porta do quarto dos pais permanecer fechada.* Não apresentar o sexo em extremos: ou só a erotização ou a seriedade total.

Buscar o equilíbrio com bom humor e inteligência.Graziela conclui afirmando que, apesar dos novos tempos, o ato sexual ainda é considerado um tabu para muitas famílias.

Ela lembra que, até as décadas de 30/40, as mulheres escondiam de seus filhos uma futura gravidez (usavam avental largo para esconder a barriga e o enxoval do futuro bebê permanecia escondido).

Fonte: Graziela Zlotnik Chehaibar
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