Diante da enorme quantidade de informação que hoje é oferecida aos jovens, os pais não têm mais como "fugir da raia". São inúmeras as questões que exigem diálogo. Entre elas, a da sexualidade, que envolve relacionamentos dos jovens dentro e fora do lar. "A necessidade de manter o controle sobre tudo o que os filhos fazem causa confusão na hora de decidir qual o melhor caminho nesse caso", afirma a psicóloga e mediadora familiar Graziela Zlotnik Chehaibar.
A questão que envolve a permissão ou não para que os filhos durmam em casa com o(a) namorado(a) é polêmica.
Alguns pais consideram o comportamento inadmissível e causador de constrangimento geral, além de representar uma atitude de intromissão na vida sexual do filho ou filha; outros encaram a situação com normalidade e, diante da violência urbana atual, até preferem que os filhos exerçam sua sexualidade na segurança do lar. "É normal que as reações variem de uma família para outra.
O importante é que haja espaço para discussão sobre o assunto, sem pressões", comenta a psicóloga.
Hoje, estima-se que 25% dos adolescentes brasileiros de classe média tenham permissão para dormir na casa dos pais com seu par.
Segundo Graziela, embora não existam pesquisas mais amplas, o assunto está cada vez mais presente e é visível a mudança de mentalidade nas famílias onde os pais têm menos de 50 anos. De outro lado, lembra a psicóloga, "também é natural que muitos jovens, na hora de iniciar-se sexualmente, procurem privacidade longe do lar e cultivem segredos em torno do assunto, evitando comentários com os familiares".
"A adolescência é uma etapa da vida cheia de mudanças e experimentações, que envolve toda a família. Tanto os adolescentes devem respeitar o modo de pensar dos pais, como os pais devem se aproximar ao máximo dos filhos nessa fase, tentando orientá-los e compreender seu comportamento. Ao lado de muita conversa, é preciso que os pais tenham a consciência de que a iniciação sexual, dentro ou fora de casa, é um momento normal, que precisa ser desmistificado", conclui Graziela.
Fonte: Graziela Zlotnik Chehaibar.
|